O processo criativo de Eduardo Lima tem suas raízes fincadas no cotidiano de sua infância, bem como na cultura sertaneja e na influência marcante de ícones do Nordeste, como Lampião e Maria Bonita. Antes de colocar a tinta sobre a tela, ele inicia uma etapa de imersão e reflexão: reserva alguns dias da semana exclusivamente para pensar sobre as novas criações que deseja desenvolver.

Durante esse período de elaboração, o artista costuma se refugiar em sua varanda, onde pendura uma rede confortável. Ali, ele se deita com seu caderno de desenho, um simples lápis e uma borracha. Aos poucos, traça linhas e formas que vão surgindo em sua mente, criando esboços com total liberdade. Apenas depois de produzir várias opções, ele escolhe a que mais lhe agrada e a transfere para a tela, dando início à pintura em si.

A execução da obra pode levar dias, semanas ou até um mês completo. Isso porque, ao trabalhar nas cores e nos detalhes, Eduardo Lima permite que novas ideias aflorem de maneira natural. Caso algo não corresponda exatamente ao que imaginou, não hesita em refazer a pintura. Cada traço precisa estar em absoluta harmonia com sua visão, e a paciência é parte essencial de seu ofício. Assim, o tempo de criação é sempre respeitado, garantindo que, ao final, a obra reflita fielmente a essência cultural e emocional que o inspira desde a infância.