pintura
Marias no açude II
Essa obra, parte da série Marias Nordestinas, criada em 2023, é um retrato comovente da força e perseverança das mulheres do sertão nordestino. A cena se passa sob o céu profundo da noite, tingido de um azul escuro que contrasta com a vegetação típica do sertão, repleta de mandacarus pela luz suave da lua.
No centro da composição, três mulheres desempenham juntas a tarefa árdua, mas essencial, de encher seus potes de barro no açude. Uma delas se abaixa, com movimentos precisos e cuidadosos, utilizando uma cabaça para retirar a água e transferi-la ao pote, apoiado sobre uma pedra. As outras duas equilibram os potes cheios em suas cabeças, com a postura ereta e firme, demonstrando a prática e o esforço acumulados ao longo de suas vidas.
As mulheres estão vestidas com saias volumosas, coloridas e floridas, que adicionam leveza e beleza à cena, mesmo diante do cenário de desafio e resistência. As cores vivas das saias contrastam com o ambiente árido e a paleta de tons noturnos, criando um equilíbrio visual que destaca a presença vibrante e indomável dessas figuras femininas.
A obra não apenas celebra a capacidade dessas mulheres de enfrentar as dificuldades impostas pela seca e pela vida no sertão, mas também exalta a união, a força coletiva e o papel central delas no cuidado com a família e a comunidade. A cena, iluminada apenas pela luz natural da noite, captura um momento de perseverança silenciosa, onde o cotidiano se transforma em símbolo de resistência e esperança.
Esta peça da série Marias Nordestinas reforça o protagonismo das mulheres do sertão, eternizando em arte sua garra, sua beleza e seu papel indispensável na sobrevivência e na manutenção da vida em um dos ambientes mais desafiadores do Brasil.
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